quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Sabias que:

A economia moderna foi muito influenciada pela contribuição do escocês Adam Smith. Adam Smith, na sua obra A Riqueza das Nações, estabeleceu alguns dos princípios fundamentais da economia (estudando basicamente dois modos de produção que são o Mercantilismo e a Fisiocracia), que ainda hoje servem de guia aos economistas. Adam Smith foi o primeiro a defender que os interesses privados dos indivíduos produziam benefícios públicos. Porém, diferentemente do actual senso comum, Adam Smith nunca afirmou que o mercado independência do Estado, ideia esta difundida pelos neoliberais.
No entanto, algumas escolas actuais reconhecem que
Aristóteles, outros pensadores gregos e os pensadores escolásticos do final da Idade Média também deram contribuições importantes à ciência económica.
No
século XIX, Karl Marx fez a crítica mais influente à economia de mercado e à ciência económica ao defender que esta forma de organização económica é uma forma de exploração do homem pelo homem. Marx defendia que toda riqueza era produzida pelo trabalho humano e que os donos do capital se limitavam a apropriar-se da riqueza produzida pelos trabalhadores.
Os argumentos de Karl Marx não convenceram os defensores da economia de mercado já que foram criticados por
Böhm-Bawerk, Ludwig von Mises, Friedrich Hayek e outros. Estes constituíam a escola neoclássica que dominou o pensamento económico até à década de 30 do século XX. Segundo a escola neoclássica, o preço de um bem ou serviço não representa o valor do trabalho nele incorporado. Assim sendo é o equilíbrio entre oferta e demanda que determina os preços. Depois de estabelecido, o preço actua como um sinalizador das quantidades dos estoques de bens e serviços. Por exemplo, uma variação nos preços indicaria aos consumidores que determinado bem requer mais ou menos unidades monetárias para ser adquirido, o que incentivaria ou inibiria o consumo. Já para os produtores, indicaria que os consumidores estariam dispostos a pagar mais ou menos unidades monetárias pelo bem ou serviço, o que, novamente, incentivaria ou inibiria o produtor a ofertar o bem ou serviço (dado seu custo de produção constante). Assim sendo, o mercado, através da sinalização dos preços, tenderia ao equilíbrio ideal em termos de alocação de recursos escassos.
Nos anos 30, a teoria económica neoclássica foi posta em causa por
John Maynard Keynes. A teoria macroeconómica de Keynes previa que uma economia avançada poderia permanecer abaixo da sua capacidade, com taxas de desemprego altas tanto da mão de obra quanto dos outros factores de produção, ao contrário do que previa a teoria neoclássica.
Keynes propôs intervenções estatais na economia com o objectivo de estimular o crescimento e baixar o desemprego. Para intervir, os estados deviam aumentar os seus gastos financiados e não aumentar seus impostos gerando uma diferença entre a arrecadação e os gastos. Esta diferença seria preenchida com a emissão de moeda, que por sua vez geraria
inflação.
As ideias de Keynes permaneceram em voga nas políticas económicas dos países ocidentais até os anos 70. A partir daí, a política económica passou a ser orientada pelos economistas neoclássicos. Os keynesianos, contudo, ainda são muito numerosos. Apontam os neoclássicos que o estado empreendedor de Keynes era oneroso, burocrático e ineficiente e devia permitir o livre funcionamento do mercado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Otimo texto! Questões importantes pois em tempos de crise onde todos tendem a ser Keynesianos. Mas acredito que ser Keynesiano ou neoliberal ao extremo não é interessante o bom é ficar entre os dois!

Anónimo disse...

Esqueci de deixar meu nome!!
Guilherme Fontana
Universidade Federal do Rio Grande - FURG
http://www.economistagaucho.blogspot.com/